Conhecimentos básicos que todo balconista precisa saber

Existe um projeto em tramitação na câmera dos deputados para regulamentação do balconista de farmácia. A proposta regulamenta o exercício da função desse profissional, mas ainda não foi aprovada, para saber mais, temos um post que fala sobre o assunto, clique aqui para acessá-lo.

Enquanto esse projeto não é aprovado, o balconista de farmácia ainda é um profissional que não precisa de um curso superior, basta ele ser treinado adequadamente e ter sempre um farmacêutico responsável para auxiliá-lo nas dúvidas de clientes.

A maioria das farmácias opta por ter apenas um farmacêutico por turno, que é o obrigatório por lei e os demais funcionários são balconistas que auxiliam nas vendas sob a supervisão do farmacêutico.

Você responsável pela farmácia, com certeza já contratou atendentes e a própria equipe da farmácia foi treinando ele ao longo do tempo.

Para ser um bom profissional é importante que o balconista tenha o mínimo de conhecimento sobre os medicamentos e procedimentos da farmácia.

Hoje vamos contar 5 fundamentos essenciais que todo balconista de farmácia precisa saber.

O que todo balconista precisa saber

1. O que é  princípio ativo

Essa é a informação mais básica que todo balconista de farmácia precisa saber.

Os princípios ativos ficaram muito conhecidos com a chegada dos genéricos, porque eles levam o próprio nome da molécula.

Princípio ativo ou fármaco é a substância presente na composição do medicamento, que é responsável pelo efeito farmacológico.

Um medicamento pode ter diversas substâncias em sua composição, porém somente uma ou algumas destas conseguirão ter uma ação efetiva no organismo.

O conhecimento dos fármacos é importante para as orientações quanto à prescrição medicamentosa dos pacientes, considerando todos os fatores interferentes, além da possibilidade de interações medicamentosas ou alimentares e das possíveis reações adversas.

2. Significado das tarjas

Outro ponto super importante! Entender o significado das tarjas é uma informação essencial para o balconista de farmácia,  ele deve saber quais medicamentos podem ser vendidos sem receita e quais os procedimentos de venda de cada tipo de medicamento.

a) Tarja vermelha com retenção da receita

Esses medicamentos exigem controle em suas vendas, por possuírem em sua composição, fármacos que podem levar o paciente à dependência deste medicamento e sérios efeitos colaterais, se tomados de forma incorreta.

Na tarja vermelha estará escrito o seguinte texto: “Só pode ser vendido com retenção da receita.”

b) Tarja vermelha – antibióticos

Deve ser apresentado receita médica em duas vias para compra de antibióticos regulados pela legislação, sendo retida a 2ª via.

c) Tarja preta, com retenção da receita

Venda somente com retenção da receita médica, em suas embalagens vem descrito: “O abuso deste medicamento pode causar dependência” ou “Venda sob prescrição médica, sujeito à retenção de receita”.

d) Sujeitos à Receita de Controle Especial (impresso idêntico ao da receita simples, só que em duas vias)

Especial (impresso idêntico ao da receita simples, só que em duas vias). Usada para prescrição do medicamento das listas C1 (controle especial), C4 (antirretrovias) e C5 (anabolizantes), que possuem a tarja de cor vermelha com os dizeres “Venda sob prescrição médica: só pode ser vendido com retenção de receita” e para os quais é exigido rigoroso controle de retenção da receita médica.

e) Notificações de receita A e B

Impressas em papel especial, nas cores amarela (A) e azul (B) e que devem ser acompanhadas da receita simples, pois a notificação ficará retida na farmácia e a receita simples será o comprovante do paciente por estar portando medicamento sujeito ao controle especial.

3. Quais informações a receita deve conter

Atualmete existem diversos tipos de receitas, para diversos tipos de medicamentos e o balconista precisa saber conferir se a receita está válida, conferindo todos seus itens obrigatórios para evitar qualquer tipo de problema para a farmácia.

  • Identificação do emitente: o nome do médico deve ser impresso ou carimbado de forma legível, contendo seu nome completo, especialidade médica e o número do CRM.
  • Identificação do usuário: nome e endereço completo do paciente.
  • Nome do medicamento ou da substância (sob a forma de Denominação Comum Brasileira – DCB), dosagem ou concentração, forma farmacêutica, quantidade (em algarismo arábico e por extenso) e posologia.
  • Data da emissão: deve conter a data do dia em que a receita foi emitida.
  • Assinatura do médico: o médico deve assinar a receita, caso os dados do médico estejam impressos na receita, não há necessidade do carimbo.
  • Endereço: deve conter o endereço completo e telefone para contato, do consultório médico.

A venda não deve ser feita de modo algum, caso seja observado qualquer alteração na receita (data, quantidade, nome do medicamento).

4. Diferença entre Medicamento de Referência, Genérico e Similar

a) Medicamento de Referência

Os medicamentos de referência são os famosos medicamento de “marca”. São medicamentos que possuem eficácia terapêutica, segurança e qualidade comprovadas cientificamente no momento do registro, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Laboratórios farmacêuticos investem em pesquisas para desenvolver os medicamentos de referência. Geralmente são medicamentos com novos princípios ativos ou que são novidades no tratamento de doenças. A eficácia e a segurança precisam ser comprovadas.

A Anvisa concede ao laboratório farmacêutico, o direito de explorar comercialmente com exclusividade o medicamento de referência por 20 anos, contados a partir do seu registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

b) Medicamento Genérico

Os genéricos são medicamentos que apresentam o mesmo princípio ativo que um medicamento de referência.

Na embalagem do remédio genérico há uma tarja amarela, contendo a letra “G”, e aparece escrito “Medicamento Genérico”.

Como esse tipo de medicamento não tem marca, o consumidor tem acesso apenas ao princípio ativo do medicamento.

Os genéricos geralmente são produzidos após a expiração ou renúncia da proteção da patente ou de outros direitos de exclusividade e a aprovação da comercialização é feita pela ANVISA.

Esses medicamentos também são aprovados nos testes de qualidade da ANVISA, em comparação ao medicamento de referência.

Os medicamentos genéricos podem substituir os medicamentos de referência, quando prescritos pelo médico, e em geral apresentam-se com custo mais acessível.

c) Medicamento Similar

Os medicamentos similares são identificados pela marca ou nome comercial e possuem a mesma molécula (princípio ativo), na mesma forma farmacêutica e via de administração dos medicamentos de referência.

Também são aprovados nos testes de qualidade da ANVISA, em comparação ao medicamento de referência.

A diferença entre os remédios similares e os de referência está relacionada a alguns aspectos como: prazo de validade do medicamento, embalagem, rotulagem, no tamanho e forma do produto.

De acordo com a regulamentação da ANVISA, os medicamentos similares não podem ser substituídos pelos de referência quando prescritos pelo médico.

5. Vias de administração dos medicamentos

É importante que o balconista tenha conhecimento de todas as vias de administração dos medicamentos, de forma que ele possa orientar da melhor forma possível o paciente para que os objetivos da terapêutica implementada sejam alcançados.

O método de administração do medicamento depende da rapidez que se deseja da ação do medicamento, da quantidade prescrita e das condições do paciente.

a) Via oral

É o método mais seguro, mais conveniente, mais econômico, não necessita de ajuda, não é invasiva, e é quase sempre indolor.

Podem ser administradas por via oral as formulações sólidas (pós, comprimidos, cápsulas, drágeas) e as formulações líquidas (elixires, xaropes, emulsões, misturas).

As desvantagens dessa via são: impossibilidade de absorção de alguns agentes por causa de suas características físicas, os vômitos em resposta à irritação da mucosa gastrointestinal, destruição de alguns agentes farmacológicos por enzimas digestivas ou pelo pH gástrico, irregularidades de absorção e necessidade de cooperação por parte do paciente.

b) Via Sublingual

Os medicamentos ao colocados debaixo da língua para serem absorvidos pelos pequenos vasos sanguíneos ali situados.

Apenas as drogas lipossolúveis e não irritantes podem ser administradas por essa via. A absorção é relativamente rápida, podendo a ação ser produzida em poucos minutos.

A principal vantagem é omitir a passagem pelo fígado. A maioria dos medicamentos não pode ser administrada por essa via porque a absorção é em geral incompleta e errática.

c) Via Retal

Essa via é utilizada quando o paciente apresenta vômitos ou se encontra inconsciente.

A absorção é mais lenta, irregular e, com frequência, imprevisível.

A administração, utilizando-se de supositórios, tem por objetivo deixar o fármaco livre do metabolismo de primeira passagem, no fígado, mas a absorção retal costuma ser irregular e incompleta e muitos fármacos provocam irritação da mucosa retal.

d) Via Intramuscular

A administração é feita por injeção, deposita-se a medicação profundamente em tecidos musculares esqueléticos como o deltoide, o tríceps, glúteo máximo, etc. A absorção é mais rápida por ser muito vascularizado, sendo menos dolorosa devido os músculos possuírem poucos nervos sensoriais.

e) Via Intravenosa

Também feita por injeção, deve ser administrado lentamente durante várias horas em uma das veias superficiais e com monitorização das reações do paciente.

O fármaco alcança diretamente a corrente sanguínea e os efeitos são produzidos imediatamente. Uma vez injetado um fármaco, não há maneira de retirá-lo. Constitui a via mais perigosa e, os órgãos vitais, como o coração, o cérebro, etc., são expostos a altas concentrações da droga.

f) Via Subcutânea

Também por injeção, a absorção é mais lenta, pois a droga é depositada no tecido subcutâneo que é menos vascularizado, mas ricamente suprido por nervos (por isso, as drogas irritantes não podem ser administradas por essa via).

Resumindo

Todo balconista precisa ter conhecimento dessas informações para que ele possa desempenhar sua função de forma eficiente e com menor margem de erro.

Claro que mesmo um balconista bem preparado não isenta a necessidade de um farmacêutico na farmácia, seu conhecimento técnico é indispensável e obrigatório em todas as farmácias.

Seus funcionários possuem todos esses conhecimentos? Nos conte nos comentários como você fez o treinamento deles.

Está difícil transmitir pro SNGPC?

Comece agora a transmitir sua dispensação de medicamentos controlados com mais facilidade, segurança e rapidez através do SNGPC One!

← Post anterior

Post seguinte →

4 Comentários

  1. Simone Garcia Miranda

    Gostei bastante das informações.
    Obg

  2. Eliana Miranda

    Informações de suma importância, de fato o balconista não conseguirá prestar um bom atendimento sem esses conhecimentos básicos…
    Meus parabéns!

  3. Kleriston Silva

    Muito útil essas informações para trabalhar como balconista

  4. Dayane silva

    Olá gostei muito das informações super util,estou mim formando em atendente de farmacia com muito carinho

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *