Quatro países das Américas implementaram intervenções bem-sucedidas para reduzir o risco cardiovascular de pacientes, que consistem na prestação de cuidados e acompanhamento integral de pessoas com hipertensão. Os resultados iniciais mostram uma melhora na porcentagem de pacientes que mantêm sua pressão arterial sob controle em clínicas onde o programa foi aplicado.
A iniciativa foi lançada em Barbados, Chile, Colômbia e Cuba, com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. No marco do Dia Mundial da Hipertensão, delegações de vários países das Américas discutem a iniciativa em um seminário realizado até esta quinta-feira (18) em Santiago, convocado pela OPAS/OMS em colaboração com o Ministério da Saúde do Chile.
57,1% dos adultos com hipertensão sabem que têm essa condição
Entre 20% e 35% da população adulta da América Latina e do Caribe têm hipertensão. O número de pessoas com pressão arterial elevada tem aumentado nos últimos anos e muitos não sabem ter essa condição. Segundo estudo de 2013, publicado no Journal of the American Medical Association, em quatro países da América do Sul (Argentina, Chile, Colômbia e Brasil a estimativa é que apenas 57,1% dos adultos com hipertensão sabem que têm essa condição. Essa falta de conhecimento contribui para um baixo nível de controle da pressão arterial na população: 18,8% dos pacientes hipertensos nesses quatro países têm a doença controlada.
A hipertensão é o principal fator de risco para o adoecimento ou morte devido a um evento cardiovascular de forma prematura; e é a segunda principal causa de incapacidade em todo o mundo. É também a principal causa de cardiopatia isquêmica e acidente vascular cerebral.
“A iniciativa, implementada em quatro países, implica em transformar a nossa forma de trabalhar em unidades de atenção primária para aqueles que não sabem que têm hipertensão recebam diagnóstico e tratamento adequados, e para aqueles que estão em tratamento, para que possam manter a pressão arterial abaixo de 140/90”, disse Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não-Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS. “Com a experiência desses quatro países, aprendemos que é essencial para simplificar os processos de cuidado incluir todos os membros da equipe de saúde e garantir que a intervenção seja sustentável”, acrescentou.
Projeto I de Padronização do Tratamento da Hipertensão
Tais programas para reduzir o risco cardiovascular mediante o controle da hipertensão tem cinco elementos básicos: um algoritmo de tratamento padronizado, um grupo central de fármacos cuja eficácia é baseada em evidências, um registo clínico para o acompanhamento de pacientes, uma avaliação de desempenho de acordo com os indicadores estabelecidos e reorganização de tarefas e responsabilidades entre os vários membros da equipe de saúde estabelecidos. Isso inclui não apenas o pessoal médico e de enfermagem, mas também os trabalhadores de saúde, nutricionistas e farmacêuticos, entre outros. Além disso, os pacientes recebem orientação para mudar seu estilo de vida, como incorporar atividades físicas, uma alimentação saudável, reduzir a ingestão de sal e não consumir tabaco.
Barbados foi o primeiro país da região a implementar esse modelo por meio do Projeto I de Padronização do Tratamento da Hipertensão (SHTP, sigla em inglês), conduzidos pelos CDC. Chile, Colômbia e Cuba se juntaram com a implementação da iniciativa para reduzir o risco cardiovascular em clínicas selecionadas como centros demonstrativos e já estão tendo resultados favoráveis, com taxas de controle entre os pacientes tratados que variam entre 55% e 83%. O objetivo é estender essa experiência a mais clínicas onde a iniciativa foi posta em prática e eventualmente levá-la a outros países da região.
A região Américas assumiu compromisso para assegurar que, em 2019, pelo menos 35% das pessoas com hipertensão tenham a pressão arterial sob controle, evitando milhões de mortes por doenças cardiovasculares.
Fonte: Ministério da Saúde
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